Rede informou que unidades são consideradas deficitárias e que encerramento faz parte de recuperação de caixa
Em comunicado aos acionistas, a varejista Marisa, rede brasileira de moda feminina e lingerie, anunciou o fechamento de 91 lojas. Entre março e abril já haviam sido fechados 25 estabelecimentos. Em crise, a Marisa informou que as unidades são consideradas deficitárias e que a estratégia faz parte de plano de recuperação da “geração de caixa e rentabilidade da companhia”.
O plano de reestruturação da companhia considera o fechamento de 91 lojas deficitárias ao longo de 2023, já incluindo estas quatro encerradas no primeiro trimestre”, informa trecho do comunicado no site da companhia com o balanço do primeiro trimestre da Marisa.
Na mensagem enviada aos acionistas, a rede informa que houve crescimento de 6,5% no faturamento com vendas no primeiro trimestre de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado mesmo considerando “o fechamento de dez lojas em dezembro de 2022 e quatro lojas em março de 2023”.
“O plano de reestruturação da companhia, em implantação desde fevereiro de 2023, inclui, entre outros pontos, o fechamento de lojas com margens de contribuição menores ou deficitárias e o corte de custos e despesas fixas ao longo do ano”, continua o comunicado.
Ainda segundo a nota, houve renegociação de dívida com cerca de 65% dos donos de imóveis alocados à rede e com aproximadamente 90% dos fornecedores. Cenário macroeconômico adverso e altas taxas de juros foram os motivos alegados pela empresa. “A redução do resultado financeiro líquido em 92% no primeiro trimestre de 2023 versus o primeiro trimestre de 2022 deve-se principalmente ao aumento nas taxas de juros no Brasil”.
“A dívida líquida da companhia reduziu em R$ 125 milhões entre dezembro de 2022 e março de 2023, uma melhora de 21% ao longo do primeiro trimestre do ano. Após o fechamento do primeiro trimestre, o perfil do endividamento da companhia também melhorou com o aporte de R$ 90 milhões no capital da subsidiária MPagamentos, via emissão de debêntures para a Marisa Lojas pelos acionistas controladores”, complementa o comunicado.
Na avaliação da empresa, houve números positivos no primeiro trimestre deste ano no varejo, com alta de 1,3% na receita líquida se comparado ao mesmo período de 2022, chegando a R$ 445,5 milhões. Informa ainda que o desempenho melhorou nas vendas em lojas físicas, com alta de 5% no faturamento.
Na outra ponta, apresentou recuo de 32,5% no faturamento dos negócios pelo canal digital no período de janeiro a março de 2023, com receita bruta de R$ 43,1 milhões, ante R$ 63,8 milhões nos três primeiros meses de 2022. “Nesse contexto, o investimento em marketing foi racionalizado, garantindo uma relação mais eficiente entre a despesa e o lucro bruto, além de revisão de políticas de frete que gerou um resultado substancialmente superior em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Essa estratégia se mostrou acertada, uma vez que o Ebitda do canal evoluiu no período”, informa a nota.
O balanço informa ainda que de dezembro do ano passado até março de 2023, das 61 lojas fechadas, 35 eram de rua e 26 de shoppings. Entre as que devem ser fechadas em maio, 18 são no Sudeste, quatro no Nordeste, três no Sul e uma no Centro-oeste. Em São Paulo seriam em São José dos Campos, Jundiaí, Itu, Carapicuíba, Pindamonhangaba e Cotia, além de uma no Sacomã, no Ipiranga, e no Shopping ABC, em Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo, cidade que já havia sofrido o fechamento de outra unidade, no Atrium Shopping, em abril.
Outra cidade do ABC, São Bernardo do Campo viu o encerramento de uma unidade no São Bernardo Plaza Shoppng em março.
