Estimativa para o IPCA, considerado a inflação oficial do Brasil, caiu para 5,71% ante 5,80% do último relatório
O Boletim Focus, levantamento divulgado semanalmente pelo BC (Banco Central) com a expectativa do mercado financeiro para os principais índices econômicos do País, mostra que a estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do Brasil, caiu para 5,71% ante 5,80% do último relatório de inflação. A divulgação foi feita nesta segunda-feira (29).
A projeção do IPCA para este ano está acima do teto da meta de inflação buscada pelo BC. Essa meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e está em 3,25% para este ano. A tolerância é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. Assim, o teto é superado quando atinge o limite máximo de 4,75%; ou o mínimo de 1,75%. A chance de que a inflação oficial alcance o teto da meta do BC é de 83% neste ano, segundo a instituição.
A estimativa de inflação para 2024 ficou em 4,13%. Para 2025 a previsão é de 4%, projeção que se repete para 2026. A projeção do mercado para a inflação do ano que vem também está acima da previsão para o teto da meta, fixada em 3%, mas ainda dentro da tolerância de 1,5 ponto percentual.
O indicador havia ficado em 0,61% em abril. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço dos remédios influenciou no resultado do último mês, ainda assim abaixo da taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.
Já o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15), que mede a prévia da inflação oficial do País, ficou em 0,51% em maio.
JUROS BÁSICOS
A Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, é a ferramenta do Banco Central para alcançar a meta de inflação. No início do mês ela permaneceu em 13,75% ao ano pela sexta vez consecutiva pelo Copom (Comitê de Política Monetária), ligado ao BC. O indicador está nesse patamar desde janeiro de 2017.
A previsão, além da manutenção pela sexta vez consecutiva, já esperada pelo mercado financeiro, é que a taxa se mantenha nesse nível até agosto, quando acontecerá nova reunião do Copom. Segundo levantamento do Focus, a expectativa do mercado é a de que a taxa básica de juros no País encerre este ano em 12,5% ao ano. O boletim resume as estatísticas calculadas que levam em consideração as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação.
A estimativa do mercado financeiro é que a Selic chegue ao fim de 2024 com queda, chegando à casa de 10% ao ano. Já para o fim de 2025 a previsão do mercado é que recue ainda mais, a 9%, baixando para 8,75% ao ano até o fim de 2026.
Mesmo sendo alvo de constantes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pressões para redução da taxa, o Copom manteve os juros em 13,75% ao ano. Os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia.
Porque, quando há o aumento da taxa, com objetivo de conter a demanda aquecida, há reflexo nos preços dos produtos porque juros nas alturas tornam caro o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais amenas também podem criar dificuldades para o crescimento da economia. Quando ocorre o contrário, com o BC diminuindo a Selic, o crédito tem tendência de ficar mais barato, o que cria incentivo ao consumo e à produção, diminuindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas e serviços produzidos no Brasil, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia no País em 2023 passou de 1,02% para 1,2%. Para 2024, a projeção para o PIB é de crescimento de 1,3%. A projeção prevê alta tanto para 2025, de 1,7%, quanto para 2026, de 1,8%.
A projeção para a cotação do dólar fechou a sessão em R$ 5,11 para o fim de 2023. E, por fim, a estimativa da moeda norte-americana para o fim de 2024 fechou o relatório em R$ 5,17.